sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Palmares e o trem: Uma história de 150 anos

   A 30 de Novembro do ano de 1862, há 150 anos atrás, estava inaugurada a estação de Una (atual Palmares), no povoado de mesmo nome, localizado na confluência dos rios Una e Pirangi. É esta a estação final da chamada "terceira secção" da Estrada de Ferro Recife ao São Francisco.
  Distante 124,7 km do Recife por via férrea, a vila de Una tinha como sua base econômica um pequeno engenho açucareiro. Quando da chegada do trem e a consequente implantação de uma estação ferroviária no local, a vila cresceu bastante tornando-se  município e separando-se de Água Preta, em 1873, já com a atual denominação, Palmares.

  "Una (hoje Palmares) era, nos meados do século XIX, uma simples povoação, que vivia da dependência do engenho Trombeta. Em torno da estação ferroviária, montada à margem do rio Una, cresceu a povoação, a ponto de tornar-se maior do que a sede do próprio município e comarca - Água Preta. Como observa Mário Lacerda de Melo, Água Preta continua pachorrenta e, perto dela, "Palmares é quase uma capital". (Estevão Pinto, 1949. História de Uma Estrada de Ferro do Nordeste)
  
  Durante 20 anos a estação ferroviária de Palmares foi ponta de linha da Estrada de Ferro Recife ao São Francisco, fator que foi de suma importância para a referida evolução da pequena vila que acarretou na sua emancipação política. Somente em 1882 foi inaugurada a estação de Catende e em 1894, foram construídas as estações intermediárias de Pirangi e Boa Sorte, para atender principalmente a usinas açucareiras. 
  Desde 1862 quando foi inaugurada, a referida estação sempre teve bastante importância. Lá foram construídas vila ferroviária e grandes armazéns de carga. Houveram também oficinas da rede para a manutenção de vagões, carros de passageiros e locomotivas. Na década de 1940, foi instalada em Palmares, pela Great Western, uma escola técnica com capacidade para 100 alunos. Foi esta a escola Assis Ribeiro. 
  A estação atendeu por muitos anos os trens de passageiros e cargueiros que seguiam para Maceió ou Recife. Hoje, decorridos 150 anos de sua inauguração, está desativada funcionando como a Casa da Cultura Hermillo Borba Filho, mantendo preservadas suas características originais e abrigando ainda em suas dependências o museu da cidade. Os velhos armazéns estão abandonados e o tráfego de trens cargueiros por parte da concessionária atual da linha é muito fraco, mesmo sendo Palmares um ponto de apoio da mesma na manutenção da via. 
  Nos dias atuais, a solitária e preservada plataforma de embarque da estação de Palmares que serviu de porta para o progresso local, outrora movimentada por ambulantes, ferroviários e passageiros, guarda a lembrança de um século e meio de história. 


A estação de Palmares em dia festivo: crianças aguardam o trem na plataforma. ( Imagem: Do site -  http://www.lugaresesquecidos.com.br)
Vista da plataforma da estação de Palmares, inaugurada em 1862. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2010).

Os velhos armazéns não tiveram a mesma sorte que o prédio principal e ficaram abandonados.  (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2010).

A fachada da velha estação que hoje abriga uma casa da cultura e o museu da cidade. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2010).


A plataforma de embarque e sua cobertura. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2010).

A estação vista de cima de uma antiga estrutura da RFFSA.  (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2010).


A estação no ano de 2012 em novas cores. (Foto: Sergio Falcetti - 2012).







terça-feira, 23 de outubro de 2012

Estações ferroviárias fantasma em Pernambuco

  Prédios que outrora foram de grande importância para o progresso de nosso estado, serviram como ponto de embarque e desembarque de passageiros e cargas. De edificações mais robustas a simples paradas com prédios bem singulares ou pequenas coberturas; dessa forma foram construídas nossas estações ferroviárias, cada uma com suas particularidades, elaboradas de acordo com o tráfego cujo fossem responsáveis por atender, seja em pequenos povoados como Mimoso e Ipanema em Pesqueira, em cidades de tamanhos variados como Salgueiro, Catende, Timbaúba, ou em cidades de maior densidade demográfica como Recife, Jaboatão, Cabo. Uma coisa é certa, todos esses pontos de parada tiveram sua importância, porém hoje nem todos são valorizados como deveriam.
  Pernambuco já chegou a ter mais de 130 pontos ferroviários contando com postos telegráficos, paradas e as estações com prédio (houveram pontos de embarque apenas com uma simples cobertura, sem edificações mais complexas). De todas essas construções muitas se transformaram em verdadeiras construções fantasma.
  Veja a seguir algumas dessas "estações fantasma":

1 - Estação Felipe Camarão (Linha Centro - km 522)

A estação de Felipe Camarão, com destaque para a cobertura da plataforma. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2012).

De uma das extremidades da plataforma de Felipe Camarão podemos ver o prédio da estação e a grande vala das obras da Transnordestina. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2012).
  A estação de Felipe Camarão, construída e inaugurada entre o fim da década de 50 e o início da década de 60 do século passado. Desativada há mais de 15 anos, hoje sem seus trilhos, sem portas e janelas, com praticamente todo o teto já saqueado, é uma estação fantasma à beira do leito da Ferrovia Transnordestina, a qual passa onde ficavam a vila ferroviária de a casa do chefe da velha estação.

2 - Estação São Serafim (Linha Centro - km 479)
Estação Ferroviária de São Serafim, no município de Calumbi em pleno Sertão do Pajeú  (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2012).

Vista da plataforma da estação de São Serafim. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2012).

As ruínas da velha estação ao fundo. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2012).
  Mais uma estação fantasma registrada pelo Projeto Memória Ferroviária de Pernambuco foi São Serafim, no município sertanejo de Calumbi. Fica localizada a cerca de 1 km da centro comercial da cidade, mas a sensação é de se estar a vários quilômetros da urbanização. Com exceção de umas poucas casas, algumas abandonadas e de alguns caprinos, o local é realmente muito esquisito. As casas da vila ferroviária e casa do chefe da estação foram demolidas, o local onde ficavam forma um longo pasto onde ainda existem algumas ruínas de tais construções. Os trilhos ainda existem, da mesma forma reservatórios subterrâneos para armazenar água que compunham o conjunto ferroviário. O edificação principal da estação não tem mais portas e janelas nem seu teto. Partes das paredes já vieram a baixo, porém a maior parte continua de pé resistindo a ação do tempo.

3 - Estação Iguaraci (Linha Centro -  km 381)

O centenário Luiz Gonzaga, pintado numa das extremidades laterais da estação de Iguaraci. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2010).

Trilhos e plataforma da estação de Iguaraci. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2010).


  A pintura do rosto de Luiz Gonzaga numa das laterais da estação de Iguaraci é apenas ilusória da real situação da estação. A mesma perdeu já praticamente todo seu telhado e suas portas e janelas, pelo que se observa tudo indica que foi por meio de furtos. A estação não fica tão distante da cidade, porém suas proximidades são um pouco desertas; tal condição e a situação de conservação do prédio caracterizam mais uma estação fantasma no Sertão do Pajeú.
  É realmente lamentável tais prédios estarem nessa condição de abandono, porém há muitos outros além dos citados acima nesta situação, o que é realmente triste pelo fato de essas edificações guardarem parte importante da nossa história e pelo muito que serviram aos pernambucanos em geral.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Túneis e viadutos: A ferrovia na Serra das Russas

  Você já imaginou andar de trem por entre vales, passando por túneis longos e escuros, compridos e altos viadutos, contemplando belas paisagens naturais em que a natureza se contrasta com os trilhos. Pois é, acredite você que não conhece muito da história das ferrovias em Pernambuco: nós temos uma ferrovia com todas essas características e muito mais; o caminho de ferro em questão é o trecho compreendido entre Pombos e Gravatá da antiga Estrada de Ferro Central de Pernambuco, posteriormente Linha Centro que ligava Recife a Salgueiro.
Um dos viadutos da Serra das Russas. (Imagem: Do blog " Jones em Trilhas" - http://jonesetrilhas.blogspot.com.br/2011/07/trilha-de-aventura-pelos-trilhos-e_9473.html)
  O referido trecho, com aproximados 25 km foi construído no fim do século XIX entre 1886 e 1894. A demora na execução da obra foi em face do grande obstáculo que ao chegar em Pombos a ferrovia teria de vencer para chegar a Gravatá: a Serra das Russas. Foram então necessários 8 anos para que se construíssem 21 túneis e 9 viadutos, estes em estrutura de ferro. Mais na frente alguns desses túneis deixaram de existir por comodidade técnica restando 14. Os viadutos, em face do desgaste, foram todos substituídos por estruturas de concreto entre os anos de 1945 e 1947, pela Great Western. Milhares de pessoas viajaram pelos túneis e viadutos da Serra das Russas com direção ao Agreste e ao Sertão, ou retornando para a Zona da Mata e a capital. 
Um dos 14 túneis da Serra das Russas. (Imagem: Do blog "Jones em trilhas" )
  O tempo passou e as ferrovias foram sendo deixadas de lado. Com a linha Recife - Salgueiro não foi diferente, logo os trens deixaram de passar pelo trecho da Serra. Em 2001, o Trem do Forró, último a utilizar a linha, mudou seu itinerário de Caruaru para o Cabo, com isso a linha para Salgueiro ficou totalmente abandonada desde então. O trecho em que os trilhos cortam a Serra permaneceu intacto, exceto alguns desabamentos de encostas sobre o leito da ferrovia em alguns trechos e o mato que cresceu muito em certas áreas.
  As referidas paisagens da Serra que poderiam estar sendo aproveitadas por um trem turístico que, sem dúvida, seria um dos melhores passeios desse tipo do Brasil, hoje são desbravadas por aventureiros, pesquisadores feroviários a exemplo do pessoal da APEFE (Associação Pernambucana de Ferreomodelismo e Preservação Ferroviária) que já fizeram inúmeras expedições para o trecho, praticantes de esportes radicais como o rapel (praticado nos viadutos, sendo o viaduto 4 o preferido por causa da maior altura com relação aos demais), ciclistas, apreciadores de uma boa caminhada, etc.
  Há o projeto de um trem regional interligando Recife a Caruaru aproveitando a velha Linha Centro, consequentemente os túneis e viadutos entre Pombos e Gravatá seriam utilizados novamente, o problema como sempre é sair do papel. É óbvio que se fosse colocado um trem para circular para o turismo apenas nesse trecho haveria um interesse por parte das outras cidades que ficam próximas e que são cortadas pela linha em ter seu turismo impulsionado pela reativação da linha dentro de seus limites. Caruaru, é um bom exemplo disso. Sendo a linha utilizada entre Pombos e Gravatá, a cidade de Bezerros iria querer entrar também nessa integração, logo em seguida Caruaru, Vitória, daí poderia o Trem do Forró retomar suas viagens para seu destino mais característico, não desvalorizando é claro o trecho Recife – Cabo, mas convenhamos, Caruaru é a capital do forró. É claro que são apenas hipóteses; a política rodoviarista de nosso país impede o mesmo de se desenvolver e preservar suas ferrovias. A consequência disso é o abandono absurdo de belos trechos de ferrovia como esse da Serra das Russas pelo qual muitos não tiveram a oportunidade de viajar e muitos dos que tiveram esse privilégio guardam apenas a lembrança nas fotos, na memória de vivência e nos velhos túneis e viadutos que um dia serviram para dar passagem ao progresso em nosso estado, da capital para o interior.

Viaduto 4, mais conhecido como Ponte Cascavel, é o mais alto e longo viaduto ferroviário da Serra das Russas. (Imagem: Papel de parede do Baixaki - Acervo: Vagner Santos). 
                                             




Sobre um dos viadutos da Serra das Russas. (Imagem: Do blog "Jones em trilhas")
                                     

Pessoal da Assoc. Pernambucana de Ferreomodelismo e Preservação  Ferroviária em uma de suas caminhadas pela Linha Centro na Serra das Russas, em frente a um dos 14 túneis. (Imagem: Do site "Amantes da Ferrovia" - Acervo: Rinaldo Henrique)

Plataforma da já demolida estação de Russinha, localizada apenas a  menos de 500 m após o 1º túnel sentido Pombos - Gravatá.  



sábado, 15 de setembro de 2012

Há 130 anos atrás

  A 15 de Setembro de 1882, a Great Western inaugurava mais um trecho de sua primeira ferrovia; tratava-se de um ramal partindo da Linha tronco para Limoeiro. Partindo de Carpina, o referido trecho passava pelas estações de Tracunhaém, Nazaré da Mata, Junco (em Nazaré da Mata), e Upatininga (em Aliança).
  Na época dessa inauguração, o trem fazia-se como principal transporte tanto de cargas quanto de passageiros entre o interior e a capital do estado. A economia açucareira era muito forte na região por onde passava a Estrada de Ferro do Limoeiro. O referido ramal, devido sua grande importância, veio a ser linha tronco quando da sua prolongação e ligação com a linha vinda da Paraíba em 1900.
  Nesses 130 anos, muita história ocorreu; as cidades contempladas com a ferrovia se desenvolveram, porém não souberam valorizar o patrimônio que foi de tanta importância para seu crescimento, a ferrovia. Após a desativação dos trens de passageiros, apenas trens de carga circulam raramente pelo trecho que futuramente integrará a Nova Transnordestina. As estações desativadas na década de 1980 não tiveram então a devida valorização dos moradores de suas localidades; começando por Tracunhaém, estação da qual hoje só o que resta é a velha plataforma, quase invisível no meio do matagal que a cerca.
Seu Edmílson, sobre restos de um vagão, não escondeu a saudade do trem.
(Foto: Arquivo pessoal - Agosto de  2010)

  Cerca de 5 km quilômetros a frente fica a estação de Nazaré da Mata, curiosamente a única que ficou de pé deste ramal inaugurado em 1882. Apesar disso, sua condição atual é precária; a cobertura da plataforma está corrompida e as portas do prédio lacradas. Há ainda uma espécie de armazém para grãos que ainda guarda um estrutura provavelmente para carregamento dos trens e uma garagem para autos de linha usada pela CFN (atual Transnordestina Logística). Quando visitamos a estação em 2010, encontramos seu Edmílson, vizinho da estação. Quando chegamos ele até pensou que fôssemos da Rede Ferroviária e explicamos a ele nosso trabalho. Durante nossa conversa ele nos mostrou uma carcaça de vagão em frente à sua casa e ao pátio da estação e falou-nos da época em que o trem de passageiros ainda passava pela velha estação: "A estação era muito movimentada, o trem que passava aqui era azulzinho e branco e muito grande, era o Trem Asa Branca. Havia um sino na estação e os trens de passageiros passavam todo dia, cargueiros vez em quando. Pense num transporte bonito e seguro que era".
  A estação seguinte, a cerca de 6 km de Nazaré era Junco. Segundo o site Estações Ferroviárias do Brasil (http://www.estacoesferroviarias.com.br/efcp_pe/junco.htm), esta era uma parada que servia a um antigo engenho de mesmo nome. A estação já não existe mais, apenas construções do engenho próximas à linha.
  Upatininga, cerca de 4 km a frente, é a última estação do trecho. Fica no município de Aliança; infelizmente   da mesma só as ruínas permanecem no local.
  É a triste realidade de mais um trecho das nossas ferrovias. A história que completa 130 anos do ramal Carpina a Upatininga fica esquecida na Zona da Mata Pernambucana.
Engenho Junco, nas proximidades onde ficava a parada ferroviária de Junco. (Foto:   http://mestresantino.blogspot.com.br/)

De Tracunhaém só restou a plataforma cercada pelo mato. ( Foto: Rinaldo Dantas, 2008 - Do site Estações Ferroviárias do Brasil)

O que sobrou da estação de Upatininga em meio a um canavial. (Foto: Rinaldo Dantas, 2008 - Do site Estações Ferroviárias do Brasil)

A única que se salvou, até agora, a estação de Nazaré da Mata luta contra a ação do tempo. (Foto: Arquivo pessoal - Agosto de 2010).

A plataforma da estação de Nazaré que outrora era bastante movimentada. (Foto: Arquivo pessoal - agosto de 2010)

Estação de Nazaré: Portas lacradas e cobertura da plataforma corrompida . (Foto: Arquivo pessoal - Agosto de 2010).


Local para carregamento de vagões no pátio ferroviário de Nazaré da Mata. (Foto: Arquivo pessoal - Agosto de 2010).
Garagem de autos de linha em Nazaré da Mata, ainda utilizado pela atual concessionária de ferrovia. (Foto: Arquivo pessoal - Agosto de 2010).


sábado, 4 de agosto de 2012

Estação Ferroviária de Carpina


  Construída pela Great Western e inaugurada em 1881, Carpina era uma das principais estações da Linha Recife a Limoeiro. Foi por muitos anos a estação da bifurcação da linha vinda do Recife (Estação do Brum) que se dividia em um ramal para Nazaré da Mata (posteriormente prolongado até a Paraíba) e a continuação da linha para Limoeiro (mais tarde prolongada definitivamente para Bom Jardim).
  Antes de sua emancipação política, o território carpinense abrangia dois distritos: o de Floresta dos Leões, pertencente ao município de Paudalho, e o Chã de Carpina, integrante do de Nazaré da Mata, separados pelos trilhos da antiga Great Western no centro da zona urbana. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Carpina)
  A estação se chamou Floresta dos Leões da sua inauguração até 1938 quando o já município (desde 1928) de mesmo nome passou a se chamar Carpina.
  A chegada da linha férrea foi de grande contribuição para o comércio da localidade. A estação contava com um amplo pátio composto por três desvios, duas plataformas para embarque de passageiros, caixa d’água, armazéns, girador de locomotivas e o prédio principal.
Segundo notícias do Diário de Pernambuco, publicadas no site Estações Ferroviárias do Brasil, em Março de 1980 ainda haviam trens de passageiros para Carpina: o US-21, 23 e 25 de ida e US-22, 24 e 26 de volta, sendo três trens todos os dias nessa época, porém ainda no final de 1980 os trens deixaram de ir até Carpina, chegando apenas até São Lourenço da Mata.
  A linha que cruza Carpina segue para a Paraíba (antigo ramal de Nazaré da Mata prolongado no fim do século XIX) e pertence a Transnordestina Logística (antiga CFN), desde 1997. O ramal para Bom jardim já não tem mais seus trilhos, desativado pela RFFSA na década de 1960. Nos últimos tempos, segundos moradores, raros são os trens cargueiros a passar pela linha. Autos de linha também não são muito frequentes na via que em certos trechos o mato começa a cercar os trilhos. A velha estação meio descaracterizada segue razoavelmente preservada junto com a velha caixa d’água e a plataforma de embarque para o antigo ramal de Bom Jardim.
  Confira a seguir algumas imagens da estação.

A estação de Carpina. (Foto: Arquivo pessoal - Julho de 2010).
Plataforma principal da estação e caixa d'água ao fundo. (Foto: Arquivo pessoal - Julho de 2010).

A plataforma secundária da estação, possivelmente servia a saída para o ramal de Bom Jardim. (Foto: Arquivo pessoal - Julho de 2010).
As duas plataformas. (Foto: Arquivo pessoal - Julho de 2010).

A velha caixa d'água da estação, trazida da Inglaterra. (Foto: Arquivo pessoal - Julho de 2010).
Vagões da Transnordestina Logística parados no pátio da estação. (Foto: Arquivo pessoal - Junho de 2010).

O velho prédio da estação, com mais de 130 anos. (Foto: Arquivo pessoal - Junho de 2010).

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Gonzagão, o trem da Serra e Arcoverde

  Em homenagem aos 100 anos de Luiz Gonzaga e da inauguração da estação ferroviária de Arcoverde (linha Central de Pernambuco), o Projeto Memória Ferroviária de Pernambuco traz um vídeo editado com arquivos de diversas fontes além do próprio arquivo do projeto, que com saudosismo retrata um pouco das recordáveis viagens de trem que podiam ser feitas pelo nosso estado. O trem da Serra, relatado na música "Arcoverde Meu" de Luiz Gonzaga traz a beleza de uma viagem por ferrovia até a cidade de Arcoverde. Esta música e a referida viagem foram usados como temática desse vídeo. Será que um dia essa bela viagem poderá ocorrer novamente?
 Confira o vídeo abaixo.


  
                 
Estação Centenária de Arcoverde. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2009).


O centenário Luiz Gonzaga. (Imagem: Blog "Eddy Lima e Banda Raízes do Nordeste")


quarta-feira, 9 de maio de 2012

A ponte de trem no vale de Mimoso

  Neste ano, completam-se 100 anos da chegada do trem em Arcoverde. Até que isso fosse possível, em 1912, a Estrada de Ferro Central de Pernambuco (depois Linha Centro) teve que vencer inúmeros obstáculos naturais, a exemplo da Serra das Russas entre Pombos e Gravatá. Um ano antes, em 1911, era inaugurada a estação de Mimoso, localizada a cerca de 18 quilômetros da estação de Arcoverde, uma distância relativamente curta, mas que ainda reservava aos engenheiros da Great Western (empresa concessionária da Linha na época), alguns desafios. O principal destes desafios estava a apenas um quilômetro e meio da estação de Mimoso: transpor um vale entre os montes da região. Para isso foi necessário construir, em meio a caatinga mais uma obra de arte; dessa vez uma ponte de 130 m de comprimento em linha reta. A altura máxima dessa construção com relação ao solo se aproxima dos 20 m. A imponente construção tem uma estrutura de ferro no seu vão apoiada sobre pilares de tijolos de pedra.
  O Projeto Memória Ferroviária de Pernambuco visitou a construção em fins de Outubro de 2011. Um pouco antes do local da ponte, que permanece intacta, nota-se um trecho em que os trilhos foram roubados, restando apenas o caminho de terra. Notamos também a presença de restos de dormentes do trecho em que os trilhos foram roubados. Trouxemos conosco, como lembrança, um apetrecho utilizado na fixação dos trilhos aos dormentes na via férrea e que estava jogado próximo a ponte.

Trajeto da ferrovia entre a ponte e a estação de Mimoso. (Imagem: Google Earth - 2002) 


  Veja a seguir o vídeo que fizemos em nossa visita a ponte ferroviária em Mimoso.


sábado, 5 de maio de 2012

Preservação na Linha Sul e Ramais

  A mata Sul de Pernambuco traz uma parte importantíssima da história ferroviária de Pernambuco. Fora as muitas ferrovias particulares de Usinas que existiram nesta região, haviam os trens que circulavam entre Recife e Maceió, Ribeirão a Cortez e a Barreiros e Paquevira a Garanhuns. Dentre todas estas linhas está o trecho ferroviário mais antigo do estado e um dos mais antigos do Brasil, compreendido entre Cabo e Palmares, que foi concluído em 1862.
  Entre os anos 1970 e 1980 todo o tráfego de trens de passageiros foi suspenso na região. Muitas estações ficaram abandonadas e fechadas por anos. O projeto da Transnordestina a partir de 2001 iniciou o trabalho de recuperação da Linha Sul entre Cabo-PE e Propriá-AL para o transporte de cargas, o que não serviu de nada às estações que continuaram, muitas, abandonadas; outras foram transformadas em centros culturais e este é o projeto formalizado entre essas cidades a pouco tempo, para preservarem suas estações para fins culturais.
  Abaixo temos algumas fotos tiradas pelo MFPE em 2010, em nossa expedição à Linha Sul.
Estação de Palmares. (Foto: Arquivo Pessoal - Janeiro de 2010).

Estação de Catende. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2010).

Estação de Maraial.  (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2010).

Estação de Joaquim Nabuco. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2010).

Estação de Jaqueira. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2010).
 
  A seguir fotos de algumas estações já dentro do projeto de preservação e de outras que já eram preservadas, tais como Palmares, Jaqueira, Joaquim Nabuco, Catende. Estas fotos são de Sergio Falcetti e foram retiradas de http://www.panoramio.com/user/4769416/tags/Esta%C3%A7%C3%A3o%20Ferrovi%C3%A1ria?photo_page=2 .

Estação de Garanhuns - Linha Sul. (Foto: Sergio Falcetti).
Estação de Angelim - Ramal de Garanhuns. (Foto: Sergio Falcetti )
Estação de Canhotinho - Ramal de Garanhuns. (Foto: Sergio Falcetti ) 



Estação de Cortez- Ramal de Cortez. (Foto: Sergio Falcetti ) 


Estação de Maraial - Linha Sul . (Foto: Sergio Falcetti ) 

Estação de Palmares - Linha Sul. (Foto: Sergio Falcetti ) 

Estação de São Benedito do Sul - Linha Sul. (Foto: Sergio Falcetti ) 

Estação de São João - Ramal de Garanhuns. (Foto: Sergio Falcetti )