domingo, 16 de janeiro de 2011

Descaso com a estação Engenheiro Cornélio em Triunfo

  Construída pela RFN (Rede Ferroviária do Nordeste) em 1957, no distrito de Canaã em Triunfo, a estação de Engenheiro Cornélio segue o modelo das estações de Carnaíba e São Serafim.
  A estação encontra-se no meio do nada. De acordo com o site Estações ferroviárias do Brasil, por causa da mudança do traçado da estrada Tabira - Serra Talhada, a povoação de Canaã desenvolveu-se a vários metros da estação, deixando-a isolada.
  O conjunto dessa estação contava com: prédio principal, armazém, caixa da d'água, casa do agente e vila ferroviária de oito casas. Hoje tudo isso encontra-se abandonado e depedrado.
  O prédio principal está totalmente arruinado, resistindo ainda algumas paredes e a cobertura da plataforma. Do ármazém, só as bases ficaram para contar história. Das casas da vila ferroviária e a do agente também só rstam os alicerces. A caixa d'água é a única que ainda escapa.

Caixa d'água da estação

A estação de Engenheiro Cornélio


  É o destino de mais uma estação ferroviária no país. Então, parabéns Brasil por "preservar" sua história! 

O primeiro túnel ferroviário do Brasil

  O primeiro túnel ferroviário aberto em nosso país é pernambucano. Foi construído entre 1858 e 1859 e localiza-se a alguns quilômetros da estação do Cabo, na Linha Sul.
  Possui 150 m de comprimento e cerca de 4 m de largura. Sua estrutura encontra-se intacta, apresentando ainda suas características originais. (Fonte: Estevão Pinto - História de uma estrada de ferro do Nordeste - 1949).
  Em fins de 2009 o túnel foi limpo e revitalizado para ser utilizado pela nova ferrovia Transnordestina.
  Em 2010, nós do Projeto Memória Ferroviária de Pernambuco fomos conhecer o túnel. Ao redor do mesmo, algumas poucas casas, um pequeno córrego e algumas nascentes e muitas árvores.
  Quando o atravessamos notamos , em seu interior, algumas cavidades para se alojar pessoas que estivessem o atravessando e viesse algum trem. Suas paredes são ladrilhadas e seu clima interno é um pouco frio.

O túnel do Pavão
  Realmente é uma beleza tal obra de arte no meio da vegetação típica da Zona da Mata. Vale a pena conhecer!
 

sábado, 15 de janeiro de 2011

As ferrovias pernambucanas hoje


Túnel de Maraial, na Zona da Mata Sul. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2009).
                                  
Pátio da estação ferroviária de Arcoverde. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2009).



  Em 1858, era inaugurada a primeira extensão ferroviária de Pernambuco, a segunda do Brasil. Esta ligava a localidade de Cinco Pontas, no Recife, até a Vila do Cabo (na época). De lá para cá muito ocorreu: crescimento da ferrovia, alavancando a economia do estado e proporcionando muitos benefícios à população, mas também decadência da mesma.
  Hoje, a história ferroviária de Pernambuco encontra-se, em sua maior parte, esquecida, abandonada. Mais de 600 quilômetros de trilhos de Recife até Salgueiro sucateados; muitos prédios de estações, armazéns, vilas ferroviárias arruinados, demolidos ou abandonados, e isto é apenas falando da Linha Centro (Recife-Salgueiro), sem contar com as linhas Norte e Sul (respectivamente para a Paraíba e Alagoas) que encontram-se parcialmente operadas pelo serviço do transporte de cargas, em condições semelhantes de abandono.
   Ramais como o de Ribeirão a Barreiros e de Paquevira a Garanhuns, que já serviram como melhor opção de transporte para muitos povoados e cidades, encontram-se sem seus trilhos e abandonados.
  As obras da nova ferrovia Transnordestina, que visa a integração ferroviária entre os estados nordestinos e com outras regiões do país, encontram-se meio avançadas porém, seu trajeto visa o transporte de cargas, passando longe dos centros urbanos e a partir disso fica a pergunta: São estas verdadeiras políticas ferroviárias? Não, pois ao contrário de como se faz no Brasil, a ferrovia deve trabalhar lado a lado com a rodovia e não ser deixada como uma opção qualquer.
  Enfim, a história ferroviária de Pernambuco não está sendo realmente preservada. Algumas prefeituras e populações realmente preocupam-se com a preservação desta história, como é o caso de Palmares, Bezerros, Sanharó, Mimoso (Pesqueira-PE) e outras que se preocuparam em ao menos preservar suas estações. Se todos seguissem esse exemplo e fizessem um pouco por isso, hoje a situação seria bem diferente. Enquanto isso não acontece, está a ser enterrada uma parte importante da história dos transportes no estado e no país.

Antiga estação ferroviária de Jaboatão: Um panorama do descaso cometido com a história da ferrovia em Pernambuco.